Este Blog foi criado com muito carinho e conta, principalmente, com o incentivo de meus filhos.
Desde cedo comecei a invadir a cozinha da minha mãe, preparando bolos, mousses e tortas doces ou salgadas. É claro que, como sempre no início, muitos pratos foram para o lixo ou receberam duras críticas. Mas, isto não fez que eu desistisse, fazendo com que eu acertasse na próxima vez.
Ainda me lembro de minha primeira sobremesa. Foi uma mousse de gelatina, feita com gelatina de morango batida com 1 lata de creme de leite. Um sucesso. Depois tentei fazer bolos. Eu tinha medo da batedeira e, por isso, teimava em bater claras em neve no liquidificador.
Mas, antes mesmo de meus testes malucos, eu sempre descia as escadas do apartamento onde eu morava para correr para a cozinha da minha avó, que morava no andar de baixo. Foi ela quem me ensinou a fazer cavatelli, ou gnocchi cavado com os dedos. Eu só não gostava quando ela fazia carne de coelho. Pois, ela mesmo se encarregava de matar o pobrezinho e colocá-lo na panela. Eu até comia, mas depois da primeira vez que a vi preparando o bichinho, nunca mais eu quis saber desta iguaria.
O tempo foi passando, mas eu sempre testando. Acho que, com a fase contestadora da adolescência, as coisas pioraram. Eu não me contentava em preparar as receitas, eu tinha sempre que reinventá-las, substituindo os ingredientes por outros que acabavam não combinando. Eu era famosa por passar patê de sardinha no bolo de coco (na minha fatia, é claro!), comer sanduíche de presunto com goiabada ou geléia de damasco (até hoje faço isso) e outras maluquices. A mais terrível delas foi colocar açúcar no bife!. Essa nem eu suportei.
A pior gafe que cometi foi em um jantar elegante que minha prima preparou com muito capricho. A sobremesa foi mousse de menta. Eu, ainda criança, espontaneamente tive a coragem de dizer que tinha gosto de pasta de dente ou creme dental!! Que vergonha...O mais engraçado é que, quando estava grávida de meu primeiro filho, um de meus únicos dois desejos (o outro foi comer bis) foi de tomar sorvete de menta!! Eu e meu marido atravessamos a cidade para tomar o bendito sorvete. Uma verdadeira delícia! Hoje adoro tudo que leve menta. Chocolate com menta, então, acho divino!
Por outro lado, sempre admirei a habilildade de meu pai, que ia para a cozinha sem nenhum caderno de receitas e rapidinho preparava uma massa de macarrão deliciosa e levíssima, ravioli de ricota, pizza, músculo recheado, entre outras delícias...quanta saudade sinto dele, que nos deixou com apenas 50 anos. Ele sempre brincava, cantando “quando eu morrer, me enterra na cozinha...(uma variação do “me enterra na Lapinha”). Acho que puxei o jeito dele. Como ele, adoro cozinhar para muitas pessoas, a casa cheia de gente, festas, levar comidinhas para alguém internado no hospital, etc. Adoro quando minhas quatro irmãs, cunhados, sobrinhas e minha mãe vêm fazer alguma refeição na minha casa.
Em minha memória permanecerão sabores da minha infância, como as ameixas de queijo, a caçarola italiana e os biscoitos tentação de araruta feitos por minha mãe, as zepppoli com mel e limão, as sfoglie com creme da minha avó, o frango assado com batatas e a pizza dolce da tia Raffaella, o pudim de coco da Valéria, a mousse de menta da Fúlvia, entre outros.
Depois vieram os estudos, a faculdade e o trabalho que me afastaram da cozinha.
A chegada dos meus três filhos lançou-me novamente a este mundo mágico da gastronomia. Primeiro vieram os batizados, em seguida os aniversários de um ano e os seguintes, depois o almoço e o lanche diário, a merenda, etc.
Aos poucos, fui pesquisando, experimentando, criando, inovando e mergulhando cada vez mais nos aromas, texturas, sabores da culinária. A isto juntei conhecimentos de base científica como a bromatologia, a microbiologia, técnicas de conservação, propriedades físico-químicas de alguns ingredientes, entre outros. Também nunca deixei de observar hábitos alimentares em filmes e livros. Entre eles, lembro-me de A Festa de Babette, Como Água para Chocolate, O Cheiro de Papaia Verde, Tomates Verdes Fritos, A Grande Noite, Simplesmente Martha; alguns livros de Jorge Amado, Adonias Filho, Machado de Assis, entre outros; sem contar os livros de mitologia greco-romana repletos de referências ao nectar e ambrosia, ao pomo da discórdia, etc.
Alguém sabe qual a origem do nome do delicioso e imperdível brigadeiro? E para aqueles que dizem que manga faz mal com leite, digo que isto não se passa de um mito. E há uma explicação para isto. Já observaram como as receitas mais antigas levavam nomes de pessoas, lugares, eventos políticos? São coisas interessantes que nunca paramos para pensar, não é mesmo?
Hoje senti vontade de compartilhar meus conhecimentos e experiências com você. Sem, contudo, nenhuma pretensão de querer intitular-me conhecedora de todo o universo culinário, pois o aprendizado é infinito e admito que ainda sou uma mera aluna.
Caso você tenha comentários, dúvidas, sugestões e pedidos de receitas saiba que na página inicial há um mural de recados à sua disposição.
Espero que gostem !
Abraços de Alma e Coração
Desde cedo comecei a invadir a cozinha da minha mãe, preparando bolos, mousses e tortas doces ou salgadas. É claro que, como sempre no início, muitos pratos foram para o lixo ou receberam duras críticas. Mas, isto não fez que eu desistisse, fazendo com que eu acertasse na próxima vez.
Ainda me lembro de minha primeira sobremesa. Foi uma mousse de gelatina, feita com gelatina de morango batida com 1 lata de creme de leite. Um sucesso. Depois tentei fazer bolos. Eu tinha medo da batedeira e, por isso, teimava em bater claras em neve no liquidificador.
Mas, antes mesmo de meus testes malucos, eu sempre descia as escadas do apartamento onde eu morava para correr para a cozinha da minha avó, que morava no andar de baixo. Foi ela quem me ensinou a fazer cavatelli, ou gnocchi cavado com os dedos. Eu só não gostava quando ela fazia carne de coelho. Pois, ela mesmo se encarregava de matar o pobrezinho e colocá-lo na panela. Eu até comia, mas depois da primeira vez que a vi preparando o bichinho, nunca mais eu quis saber desta iguaria.
O tempo foi passando, mas eu sempre testando. Acho que, com a fase contestadora da adolescência, as coisas pioraram. Eu não me contentava em preparar as receitas, eu tinha sempre que reinventá-las, substituindo os ingredientes por outros que acabavam não combinando. Eu era famosa por passar patê de sardinha no bolo de coco (na minha fatia, é claro!), comer sanduíche de presunto com goiabada ou geléia de damasco (até hoje faço isso) e outras maluquices. A mais terrível delas foi colocar açúcar no bife!. Essa nem eu suportei.
A pior gafe que cometi foi em um jantar elegante que minha prima preparou com muito capricho. A sobremesa foi mousse de menta. Eu, ainda criança, espontaneamente tive a coragem de dizer que tinha gosto de pasta de dente ou creme dental!! Que vergonha...O mais engraçado é que, quando estava grávida de meu primeiro filho, um de meus únicos dois desejos (o outro foi comer bis) foi de tomar sorvete de menta!! Eu e meu marido atravessamos a cidade para tomar o bendito sorvete. Uma verdadeira delícia! Hoje adoro tudo que leve menta. Chocolate com menta, então, acho divino!
Por outro lado, sempre admirei a habilildade de meu pai, que ia para a cozinha sem nenhum caderno de receitas e rapidinho preparava uma massa de macarrão deliciosa e levíssima, ravioli de ricota, pizza, músculo recheado, entre outras delícias...quanta saudade sinto dele, que nos deixou com apenas 50 anos. Ele sempre brincava, cantando “quando eu morrer, me enterra na cozinha...(uma variação do “me enterra na Lapinha”). Acho que puxei o jeito dele. Como ele, adoro cozinhar para muitas pessoas, a casa cheia de gente, festas, levar comidinhas para alguém internado no hospital, etc. Adoro quando minhas quatro irmãs, cunhados, sobrinhas e minha mãe vêm fazer alguma refeição na minha casa.
Em minha memória permanecerão sabores da minha infância, como as ameixas de queijo, a caçarola italiana e os biscoitos tentação de araruta feitos por minha mãe, as zepppoli com mel e limão, as sfoglie com creme da minha avó, o frango assado com batatas e a pizza dolce da tia Raffaella, o pudim de coco da Valéria, a mousse de menta da Fúlvia, entre outros.
Depois vieram os estudos, a faculdade e o trabalho que me afastaram da cozinha.
A chegada dos meus três filhos lançou-me novamente a este mundo mágico da gastronomia. Primeiro vieram os batizados, em seguida os aniversários de um ano e os seguintes, depois o almoço e o lanche diário, a merenda, etc.
Aos poucos, fui pesquisando, experimentando, criando, inovando e mergulhando cada vez mais nos aromas, texturas, sabores da culinária. A isto juntei conhecimentos de base científica como a bromatologia, a microbiologia, técnicas de conservação, propriedades físico-químicas de alguns ingredientes, entre outros. Também nunca deixei de observar hábitos alimentares em filmes e livros. Entre eles, lembro-me de A Festa de Babette, Como Água para Chocolate, O Cheiro de Papaia Verde, Tomates Verdes Fritos, A Grande Noite, Simplesmente Martha; alguns livros de Jorge Amado, Adonias Filho, Machado de Assis, entre outros; sem contar os livros de mitologia greco-romana repletos de referências ao nectar e ambrosia, ao pomo da discórdia, etc.
Alguém sabe qual a origem do nome do delicioso e imperdível brigadeiro? E para aqueles que dizem que manga faz mal com leite, digo que isto não se passa de um mito. E há uma explicação para isto. Já observaram como as receitas mais antigas levavam nomes de pessoas, lugares, eventos políticos? São coisas interessantes que nunca paramos para pensar, não é mesmo?
Hoje senti vontade de compartilhar meus conhecimentos e experiências com você. Sem, contudo, nenhuma pretensão de querer intitular-me conhecedora de todo o universo culinário, pois o aprendizado é infinito e admito que ainda sou uma mera aluna.
Caso você tenha comentários, dúvidas, sugestões e pedidos de receitas saiba que na página inicial há um mural de recados à sua disposição.
Espero que gostem !
Abraços de Alma e Coração
Adriana Sica
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