05 dezembro 2006

Chocolate - História e Curiosidades

O chocolate, cujo nome de batismo é "Theobroma", do grego, que quer dizer "alimento dos deuses", é onhecido desde a antiguidade. Daí, podemos explicar a maravilha que é ter um delicioso chocolate derretendo na boca. Quem resiste a este alimento “divino”?
Diz a lenda que as sementes do cacaueiro foram dadas de presente pelo deus quetzcoalt aos homens. Por causa disso, o chocolate se tornaria um ingrediente sagrado com propriedades medicinais

Por volta de 600 a.C., os Maias, que já conheciam o chocolate, estabeleceram as primeiras plantações de cacau em Yucatan e na Guatemala. Considerados importantes comerciantes na América Central, eles aumentaram ainda mais suas riquezas com as colheitas de cacau. Acontece que em toda aquela região a importância do cacau não residia apenas no fato de que dele se obtinha uma bebida fria e espumante, chamada "tchocolath". O valor do cacau também estava em suas sementes. Elas eram usadas como moeda. Na época, por exemplo, um coelho podia ser comprado com oito sementes e um escravo, por 100.

Até então, o cacau e o seu precioso produto – o chocolate, só circulavam pelos rituais, banquetes e o comércio na América Central. Passaram-se séculos e em 30 de julho de 1502, o navegador Cristóvão Colombo, achando que tinha descoberto as Índias, baixa âncora em frente à ilha de Guajano, na América Central. Uma majestosa piroga aborda a caravela de Colombo. Um chefe Azteca sobe a bordo e oferece, ao navegador e à tripulação, armas, tecidos e também sementes de cacau. Ele explica a Colombo que as sementes são a moeda do país e que permitem preparar uma bebida muito apreciada entre eles. Colombo e os seus marinheiros provam as sementes e também o chocolate.

Porém, o "tchocolath" não era a bebida agradável de hoje. Era bastante amarga e apimentada. As tribos da América Central geralmente preparavam-no misturando com vinho ou com um purê de milho fermentado, adicionado com especiarias, pimentão e pimenta. Naquela época, o chocolate era reservado apenas aos governadores e soldados, pois se acreditava que, além de possuir poderes afrodisíacos, ele dava força e vigor àqueles que o bebiam. Dias depois, levantam velas e seguem para a Europa. Colombo, o primeiro europeu a provar o chocolate, não lhe deu a mínima importância. Mal sabia que um dia o chocolate seria apreciado no mundo inteiro.

Anos depois o explorador espanhol Fernão Cortez e os seus soldados desembarcam no México, pretendendo conquistá-lo. Fazem os preparativos para o combate. Mas, para surpresa geral, Montezuma, o imperador Azteca, e os seus súbditos recebem-nos com cordialidade. Cortez, sem dúvida, ficou muito impressionado com a mística que envolvia o chocolate e mais ainda com o seu uso corrente. Assim, com o intuito de gerar riquezas para o tesouro do seu país, ele estabelece uma plantação de cacau para o rei Carlos V, da Espanha. E, como bom negociante, começa a trocar as sementes de cacau por ouro, um metal indiferente àqueles povos. Os espanhóis aos poucos se acostumavam ao chocolate e, para atenuar o seu sabor amargo, diminuíam a proporção de especiarias e adoçavam-no com mel. Contudo, Cortez responde com traição o acolhimento que recebera do povo azteca. Prende o imperador Montezuma e invade suas terras. Assim, o México passa a ser colônia espanhola, permanecendo nesta situação por trezentos anos.

Cortez leva para a Espanha todo o conhecimento daquelas tribos primitivas de como lidar com o cacau e preparar o chocolate. Sabia como colher, retirar as sementes dos frutos e depois espalhá-las ao sol para fermentar e secar. Rapidamente, o chocolate espalha-se entre a família real e os nobres da corte espanhola.

Na Espanha, os monges aperfeiçoaram o sistema para torrar e moer o chocolate, transformando-o em barras e tabletes para serem dissolvidos em água quente, como era apreciado nos salões da aristocracia. Retiram as especiarias que os aztecas apreciavam e adicionaram açúcar, mel e canela.

Durante todo o século XVI, os espanhóis conservaram para si esta preciosa iguaria, não querendo compartilhá-la com outros países. No entanto, viajantes iam a Madrid e bebericavam o chocolate. Os monges davam-no para provar aos visitantes de outros países. E, em meados do século XVII, quando começaram a ser divulgadas as primeiras informações sobre o chocolate, os marinheiros, como ouviam falar dele, capturam uma fragata espanhola carregada com sementes de cacau e levavam-nas para as suas terras. Rapidamente, espalham-se plantações de cacau pela Europa, América do Sul e Índias. O chocolate converte-se numa bebida universal.

O casamento, em 25 de outubro de 1615, do rei Luís XIII, da França, com a infanta da Espanha, Ana da Áustria, sela a conquista do chocolate na França. A pequena rainha, de apenas 14 anos, adorava chocolate e trouxera da Espanha tudo o que era necessário à sua preparação. Tanto é verdade que um dos convites mais requisitados em Paris era "para o chocolate de Sua Alteza Real".

Já em 1657, surge em Londres a primeira loja de chocolates.

Em 1660, o filho de Ana da Áustria, Luís XIV, que subira ao trono, casa-se com outra princesa espanhola, Maria Teresa. Esta segunda união ibérica impõe o domínio de chocolate na França. A corte comentava que Maria Teresa, uma esposa devotada, tinha duas paixões: o rei e o chocolate.

No virar do século XVII, rivalizando com os cafés, começam a aparecer em Londres as casas de chocolate que se transformam no centro da vida social. Abrem-se casas de chocolate na Bélgica, Suíça, Alemanha, Itália e Áustria. A Europa cheirava a chocolate.

Em 1819, François Louis Cailler abre a primeira fábrica de chocolates suíços. Sete anos depois, em 1826, Philipp Suchard começa a fazer chocolate misturado com avelãs moídas. Em 1828, o químico holandês Coenraad van Houten inventa uma prensa de parafuso que permite obter o pó do chocolate. Começa também a ser comercializada a manteiga de cacau. A firma inglesa Bristol, Fly & Bons, em 1847, introduz o chocolate comestível. E, finalmente, em 1875, Daniel Peter e Henri Nestlé inventaram o chocolate de leite – a base para a fabricação de nossos deliciosos bombons recheados, enformados ou manuais, truffas, ovos de páscoa e muito mais.

Em 1914 estoura a Primeira Guerra Mundial, determinando o fim da expansão das indústrias chocolateiras. São feitas restrições às exportações do produto. Tabletes de chocolate passam a fazer parte da ração de emergência dos soldados americanos em serviço, mas a experiência não dá muito resultado. Para cumprir o papel de ração de emergência, o chocolate era demasiado irresistível para ser guardado sem ser comido. Afinal, ele fora aprimorado para se tornar o mais saboroso possível. Os soldados raramente guardavam os tabletes para uma crise futura. Eles devoravam-no rapidamente ao menor sinal de fome.

Em 1945, finda a Segunda Guerra e com ela as barreiras ao desenvolvimento das indústrias chocolateiras. Os fabricantes, libertos dos racionamentos impostos pela guerra e das restrições feitas às exportações, aumentam suas produções. Em breve, o chocolate se tornaria um dos produtos mais populares em todo o mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom o texto, sem dúvidas, recomendarei este site para conhecidos. Muito obrigada ; )